Ex-diretor da Petrobras poderá ser ouvido novamente na CPMI
O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, deputado Marco Maia (PT-RS), afirmou que assim que forem esclarecidos os termos do acordo de delação premiada do ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, a CPMI pode voltar a ouvi-lo e questioná-lo de forma mais precisa sobre as denúncias de corrupção.
No início de seu depoimento desta quarta-feira na CPMI, Paulo Roberto Costa afirmou que usaria seu direito de permanecer em silêncio, independentemente de a sessão ser aberta ou fechada.
O presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), assinalou que o trabalho da CPMI foi frustrado pelo silêncio do depoente, no entanto o processo investigatório seguirá para outra fase. Nós tentamos sensibilizar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para a possibilidade de compartilhamento efetivo de informações sobre a delação premiada, disse.
Ida ao STF
Os integrantes da CPMI já agendaram uma reunião com ministros do STF para a próxima terça-feira (23), às 18 horas, para solicitar informações sobre a delação e saber quando os parlamentares poderão ter acesso à integra do processo.
Os parlamentares negociam uma data para audiência com o procurador-geral Rodrigo Janot.
Rêgo afirma que a dificuldade de acesso a detalhes do acordo não prejudicará as funções da comissão a qual também já fez análises sobre o sigilo de dados bancários e telefônicos.
Vital do Rêgo pediu a prorrogação até 23 de dezembro do prazo para a CPMI apresentar relatório. O prazo original para a conclusão dos trabalhos era em 23 de novembro. O objetivo do senador é dar continuidade às funções investigatórias e compensar o período do recesso branco.
O deputado Marco Maia assumiu o compromisso de dar continuidade aos trabalhos mesmo durante o período eleitoral, sem que haja interrupção no processo investigatório.
Depoimento
Paulo Roberto Costa se eximiu de responder a todas as perguntas dos parlamentares com o argumento de que tem o direito de permanecer em silêncio. Um dos primeiros questionamentos foi do relator Marco Maia sobre o desvio de recursos a empreiteiras no âmbito da construção da refinaria Abreu e Lima.
Costa também manteve sua reserva de sigilo em relação às perguntas sobre detalhes do acordo de delação premiada e sobre seu suposto vinculo com o doleiro Alberto Youssef.
Os parlamentares chegaram a votar requerimento que pedia a transformação da sessão de aberta em fechada, mas por 10 votos a 8, os integrantes da CPMI decidiram manter a sessão aberta porque o depoente disse que manteria a posição mesmo que a reunião fosse fechada.
Agência Câmara de Notícias
0 Comentários
Faça um comentário construtivo para esse documento.