Mais de dez projetos que legalizam jogos de azar estão em análise na Câmara

Recentemente, ministros do governo interino do presidente Michel Temer defenderam a legalização dos jogos de azar no Brasil como forma de gerar receitas para o país.

Os jogos são legalizados na maior parte do mundo. Além de Cuba, o Brasil é o único pais não islâmico, dos 156 listados na Organização Mundial de Turismo, em que os jogos não são permitidos.

Na Câmara, uma Comissão Especial analisa 14 projetos de lei para propor um Marco Regulatório sobre os jogos no país. O tema é polêmico e está longe de ter um consenso entre os deputados.

O presidente da Comissão Especial do Marco Regulatório dos Jogos, deputado Elmar Nascimento do democratas da Bahia, concorda que a liberação é uma boa saída para aumentar a receita do País. Ele destaca que nos Estados Unidos, onde se tem o maior mercado de apostas do mundo, houve uma arrecadação de 143 bilhões de dólares em 2014, segundo dados da revista The Economist.

Elmar Nascimento afirma que o Brasil poderá arrecadar cerca de 20 bilhões de reais por ano com a liberação dos jogos, além de aumentar o fluxo de turistas para o país.

"Essa hipocrisia, de que uma atividade que envolve milhares de pessoas no Brasil e a gente continua a fazer de conta que não existe. Eu prefiro que ela seja regulamentada, tratada como existente, e servindo como um indutor do turismo no país."

Já o deputado Luiz Carlos Hauly, do PSDB do Paraná, considera que a legalização dos jogos irá facilitar práticas criminosas como a lavagem de dinheiro.

"Tão querendo trazer os grandes cassinos pra viciar o povo brasileiro. A economia familiar já foi destruída pela inflação e o juros de 450% ao ano. Estão oferecendo ambientes favoráveis para achacar o dinheiro do sofrido povo brasileiro".

Luiz Carlos Hauly afirma ainda que, considerando a atual crise no País, não tem fundamento a expectativa de arrecadar 20 bilhões de reais por ano em impostos.

Reportagem — João Vitor Silva