Deputado defende votação de propostas para Brasil continuar a cumprir Protocolo de Quioto

O presidente da Comissão Mista Permanente de Mudanças Climáticas, deputado Márcio Macêdo (PT-SE), informou que o Brasil já cumpriu 80% dos objetivos do Protocolo de Quioto. Para ele, essa posição de destaque só poderá ser mantida se os parlamentares derem prioridade à votação de propostas importantes para o combate às mudanças climáticas.

"Esse resultado deve influenciar a Câmara dos Deputados e o Senado Federal para que possam acelerar o debate e a aprovação das matérias que tramitam nas duas casas sobre temas relacionados à proteção das florestas e, por conseguinte, a redução das emissões de gases. Ele lembrou que no Brasil a maior contribuição para a emissão de gases de CO2 é o desmatamento.

Márcio Macêdo participou da Conferência Climática da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 18, realizada em Doha, no Qatar, encerrada no último sábado (8). Ele afirmou que a reunião de 200 países interessados em discutir formas de combater as mudanças climáticas já é por si só uma vitória.

Cerca de 200 países concordaram em estender a validade do Protocolo de Quioto até 2020. O acordo, assinado em 1997, expiraria no final de 2012, e compromete os países industrializados a reduzir a emissão dos gases de efeito estufa.

Já a antropóloga Iara Pietricovsky, representante da Rede Brasileira pela Integração dos Povos e uma das representantes da sociedade civil organizada brasileira na COP 18, destacou que desde o Protocolo de Quioto, o que se tem travado é uma luta política em que os países desenvolvidos não querem reconhecer sua participação secular no processo de mudança climática."A crise nos países desenvolvidos é um dos elementos que não se pode deixar de lado nessa análise.

A antropóloga acrescentou que independentemente dos países estarem bem ou não economicamente, eles não demonstraram vontade política. Para Iara Pietricovsky, o grande fracasso da COP 18 foi justamente não ter conseguido fazer com que os Estados Unidos aderissem ao Protocolo de Quioto, que agora passa para a segunda fase de implementação.

Também deixaram a conferência o Canadá, a China, a Rússia e o Japão.

Outra discussão da COP 18 foram as secas e inundações que estão acontecendo principalmente em países da América Latina. Tempestades, incêndios também colocam em risco a segurança alimentar da população.

A Comissão de Mudanças Climáticas lançou nesta quarta-feira o estudo Globe sobre Legislação Florestal.

Agência Câmara de Notícias