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26 de Abril de 2024

Câmara aprova projeto do marco civil da internet

Publicado por Câmara dos Deputados
há 10 anos

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (25) o marco civil da internet (Projeto de Lei 2126/11, do Executivo), que disciplina direitos e proibições no uso da internet, assim como define os casos em que a Justiça pode requisitar registros de acesso à rede e a comunicações de usuários. O texto seguirá para o Senado.

A votação do projeto foi viabilizada na última semana, depois de negociações que prosperaram entre o governo e os partidos da Câmara. Aprovado na forma do substitutivo do deputado Alessandro Molon (PT-RJ), o texto mantém o conceito de neutralidade da rede, segundo o qual os provedores e demais empresas envolvidas na transmissão de dados (host, por exemplo) não podem tratar os usuários de maneira diferente, mesmo que a velocidade contratada seja maior.

Assim, as empresas não poderão oferecer pacotes com restrição de acesso, como só para e-mail ou só para redes sociais, ou tornar lento o tráfego de dados.

Regulamentação por decreto

Um dos pontos polêmicos da proposta é a posterior regulamentação da neutralidade por meio de decreto do governo. Para o resolver o impasse sobre o tema, o relator determinou que esse decreto só será feito depois de o governo ouvir a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Comitê Gestor da Internet (CGI).

O decreto também deverá preservar a fiel execução da lei, ou seja, seguir as atribuições de regulamentação de leis previstas na Constituição.

A regulamentação das exceções à neutralidade de rede será restrita aos serviços de emergência e aos requisitos técnicos necessários à prestação adequada dos serviços. Nesses casos, será permitida a discriminação ou a lentidão do tráfego.

De qualquer maneira, as práticas de gerenciamento ou de controle desse tráfego de dados na internet devem ser informadas previamente aos internautas. Se ocorrerem danos aos usuários, o responsável deve repará-los, segundo o Código Civil.

A oposição e o PMDB entendiam que a redação anterior do texto do marco civil permitiria a formulação de um decreto regulamentando pontos não tratados pelo projeto.

Data centers

Como resultado das negociações, o relator também retirou do texto a exigência de data centers no Brasil para armazenamento de dados. Esse ponto tinha sido incluído pelo relator desde o ano passado, a pedido do governo, depois das denúncias sobre espionagem da NSA, agência de segurança dos Estados Unidos, envolvendo inclusive a interceptação de comunicações da presidente Dilma Rousseff.

Tanto partidos da oposição quanto da base governista defendiam a retirada dessa obrigatoriedade.

Entretanto, para melhorar a garantia de acesso aos registros, de forma legal, o relator especificou que, nas operações de coleta e guarda de registros ou de comunicações, a legislação brasileira deverá ser obrigatoriamente respeitada. Isso valerá para a empresa que tenha sede no exterior, mas oferte serviço ao público brasileiro, ainda que não tenha estabelecimento de seu grupo econômico no País.

Apoio

Ao falar em Plenário, Molon citou o apoio do criador da web, o físico britânico Tim Berners-Lee, que divulgou carta pedindo a aprovação do marco civil. Segundo o britânico, o projeto reflete a internet como ela deve ser: uma rede aberta, neutra e descentralizada.

Para Berners-Lee, a aprovação das regras de internet livre nos moldes discutidos com as entidades públicas seria o melhor presente de aniversário possível para os usuários da web no Brasil e no mundo.

Agência Câmara de Notícias

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Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/camara-aprova-projeto-do-marco-civil-da-internet/114535169

45 Comentários

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Pelo texto da Agência Câmara, infere-se que não é nada daquilo que se disse anteriormente (aqui mesmo, no JusBrasil), que a aprovação do Marco Civil da Internet serviria como um meio de controle do governo etc. etc. continuar lendo

Ele fazem tudo bonito para aprovar, depois eles emendam de acordo com seus interesses, é só esperar. continuar lendo

Antônio, acontece que muitos estão fazendo confusão. Haviam duas versões! A original, criada por nós: internautas, "especialistas", profissionais de TI, professores doutores... E a que foi modificada na câmara e causou todo aquele alvoroço!

Além do mais, até onde sei, a Jus não se responsabiliza por conteúdo mal feito pelos seus usuários! continuar lendo

O alvoroço era contra as emendas/alterações que as Teles estavam fazendo lobby para impor a este projeto, com apoio de parte da bancada de oposição. O Marco Civil, como aprovado, era justamente o que todos que estavam preocupados queriam: a preservação da neutralidade. continuar lendo

Amigos,é evidente que a nossa tão útil internet tem sido prostituída.
Concordo que seja colocado um freio em alguns tipos de uso indevido como propagação de conteúdo pornográfico, pirataria, postagem de notícias falsas, etc.
Imagino que o mundo virtual deve ser semelhante ao mundo real onde existem regras que devam ser respeitadas para manter um ambiente sadio para que nossos filhos possam buscar assuntos relacionados a seus estudos sem ter que se deparar com imagens promíscuas ou chocantes. Creio que caso haja algum abuso por parte dos nossos governantes podemos fazer ouvir nossa voz. Vivemos numa democracia certo? Mas ninguém sabe o que o calado quer!!!
Abraços a todos. continuar lendo

Em que se baseia o missivista? continuar lendo

Ola só darei minha opinião assim que o projeto tornar-se lei, pois ele ainda necessita de aprovação do Senado. continuar lendo

Se vem do PT eu sou contra, ainda mais com pretexto de "beneficiar o povo".

ACORDEM INOCENTES! continuar lendo

Não vem do PT , acorda, vem de um processo democrático onde todos foram ouvidos conforme citou o Marino acima. Por favor acorda, posições herméticas, estáticas impedem o senso crítico, impedem a abertura e movimentação ... continuar lendo

Todo poder emana do povo... Todo direito, privacidade, uso consciente, e mantemos a internet (Pago, energia, uso de acesso, pós, pré,fixo etc.) nada mais justo, usufruir, de todo conteúdo que promova o meu conhecimento. continuar lendo

a internet precisa de uma regulamentação mínima, para deixar de ser esse pinicão onde todos falam o que quer. continuar lendo