Jornalismo policial em debate
Ver TV reúne especialistas para uma conversa sobre os chamados “programas policialescos”
A sociedade brasileira tem altos índices de violência. Isso ninguém discute. Mas assistindo aos programas policialescos exibidos pela TV, essa violência parece não ter limites. A notícia transforma-se em espetáculo mórbido desrespeitando valores éticos, direitos humanos e várias normas legais. Esse é o tema em debate no Ver TV desta semana, que tem como convidados:
Suzana Varjão, gerente do núcleo de qualificação de mídia da Andi – Comunicação e Direitos. “Que limiar de violência, de tolerância à violência nós estamos construindo no país? O que que isso vai repercurtir em termos de construção de mentalidade?”
Pedro Caribé, jornalista e coordenador da Rede de Mídia Livre Bahia 1798. “Se partir da ideia de que as violações de direitos humanos tem várias reinvidicações à programas de ficção, à novelas, etc, mas que deveriamos ir em frente ao jornalismo policial, esse deveria ser o foco de acompanhar essas violações.”
Ana Cláudia Mielke, jornalista e coordenadora do coletivo Intervozes. “Se esses programas de fato podem ser classificados como jornalísticos. Na minha opinião eu acho que a gente tem que pensar inclusive em uma reclassificação desse tipo de programa pra que ele pudesse então ser regulado, do ponto de vista da sua programação, com o conteúdo que ele exibe, deoutra forma.”
O jornalista e professor da Puc do Rio, Carlos Nobre Cruz, publicou um livro com o título "Direto do front" sobre as ações policiais em comunidades do Rio de Janeiro. ele falou para o Ver TV sobre o impacto dos programas policialiescos sobre os moradores dessas áreas.
A jornalista Maria Carolina Trevisan, do coletivo Jornalistas Livres e coordenadora de projetos da Andi - Comunicação e direitos, tem se preocupado com a falta de continuidade das coberturas jornalísitcas sobre casos policiais que ganham manchetes e rapidamente são esquecidos.
Qualquer crítica que se faça aos abusos praticados pelos programas policialescos é logo tachada pelas emissoras de TV como tentativa de censura. A jornalista e pesquisadora Bia Barbosa, coordenadora executiva do coletivo Intervozes discorda e lembra que a liberdade de expressão não é um valor absoluto.
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