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27 de Abril de 2024
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    Igualdade de gênero traz crescimento econômico, diz Banco Mundial

    Publicado por Câmara dos Deputados
    há 12 anos

    Para Otaviano Canuto (dir.), desigualdade de gênero seria burrice econômica. O vice-presidente do Departamento de Redução da Pobreza e Gestão Econômica do Banco Mundial, Otaviano Canuto, declarou nesta terça-feira (6) que manter as desigualdades entre homens e mulheres, além de ser moralmente condenável, é também uma burrice econômica. O relatório Igualdade de Gênero e Desenvolvimento, apresentado hoje pela instituição, aponta, pela primeira vez, que desigualdades de gêneros trazem prejuízos econômicos aos países.

    Segundo Canuto, o estudo mostra que a produtividade de um país pode subir em até 25% apenas com a eliminação das desigualdades no emprego. Se as mulheres que atuam na agricultura tivessem acesso igual a insumos terra e fertilizantes o produto agrícola subiria em até 4%, acrescentou.

    Justiça social

    O mesmo relatório mostra que a ascensão de mulheres aos parlamentos estaduais na Índia levou a um aumento dos investimentos em recursos hídricos e à redução da corrupção. Enquanto nos Estados Unidos, a conquista dos direitos políticos por mulheres reduziu a mortalidade infantil em algo que pode chegar a 15%, defendeu Canuto.

    Na opinião da deputada Flávia Morais (PDT-GO), esses dados comprovam que a entrada da mulher na política faz diferença. Os projetos políticos passaram a ser diferentes, porque ela quer justiça social uma boa educação, alimentos mais baratos, saúde de qualidade, assegura.

    Contradições

    Nesta edição, o relatório aponta avanços significativos em algumas áreas nos últimos 30 ou 40 anos principalmente em educação e participação no mercado de trabalho. Segundo o texto, as mulheres já representam 43% da força produtiva mundial e ocupam mais da metade das vagas do ensino superior. Enquanto o acesso de homens ao nível superior cresceu quatro vezes desde 1980 o das mulheres foi multiplicado por sete.

    O estudo, no entanto, também chama a atenção para aspectos que mudaram muito lentamente ou não evoluíram. É o caso da violência doméstica. Segundo o texto, 510 milhões de mulheres sofrerão abuso de seus parceiros ao longo da vida. Estima-se que somente em São Paulo haja 1,6 milhões de vítimas, 27% do total.

    Falta de voz

    A violência contra a mulher é apontada no texto como consequência direta da falta de voz na sociedade e na tomada de decisões pelo sexo feminino. Embora 136 países já reconheçam na lei a igualdade de gênero, a representação parlamentar feminina no mundo soma apenas 19%.

    Nesse item o Brasil está em situação de enorme desvantagem ocupa a 116ª posição, com menos de 8% de mulheres na Câmara, e uma média de 9% nas assembleias e no Senado. No Executivo, menos de 20% dos cargos importantes são ocupados por elas.

    O estudo do Banco Mundial também aponta que, embora a expectativa de vida das mulheres tenha aumentado em 20 anos desde 1980, em muitas regiões, principalmente as mais pobres, elas ainda morrem mais precocemente. Os dados mostram, por exemplo, que na África subsaariana morrem 751 mil mulheres em idade reprodutiva a mais que homens a cada ano.

    Voto feminino

    Neste ano em que o País comemora 80 anos do voto feminino, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) ressaltou que essa conquista, apesar de importante, não se traduziu em mudanças efetivas. Países em que as mulheres tiveram direito de votar mais tarde hoje estão em situação muito melhor, destacou. Esse seria o caso da Argentina e do Chile, que, segundo afirma, destinam quase 50% das vagas do Parlamento ao sexo feminino.

    Na opinião da parlamentar paulista, a melhor maneira de corrigir a situação brasileira é por meio da adoção de lista pré-ordenada para as eleições legislativas e de financiamento público de campanha. Com as listas seria possível garantir a paridade de gênero nos pleitos. Já o financiamento público exclusivo representa a única forma de conseguir eleições realmente livres e democráticas, defende Erundina.

    Seminário

    O relatório Igualdade de gênero e desenvolvimento foi apresentado durante o Seminário em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, realizado pela Procuradoria Especial da Mulher da Câmara. Durante o evento, a procuradora, deputada Elcione Barbalho (PMDB/PA), destacou que nesta quarta-feira (7), às 10 horas, será formalizado convênio com o Banco Mundial para a transferência de 305,5 mil dólares a Câmara para investimentos em atividades voltadas à promoção da igualdade de gênero.

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