Plenário debate, mas adia votação de proposta sobre teto do funcionalismo público
Líderes decidiram dar mais tempo para que partidos possam apresentar emendas e a proposta só será votada nesta quarta-feira.
O Plenário discutiu nesta terça-feira o projeto que regulamenta o teto constitucional do funcionalismo público: o que será contabilizado e o que poderá ser recebido além dos 33 mil e 700 reais que é o salário máximo do setor público.
Os líderes decidiram dar mais tempo para que partidos possam apresentar emendas e a proposta só será votada nesta quarta-feira.
O parecer do relator, deputado Ricardo Barros, do PP do Paraná, estabelece que apenas as verbas indenizatórias, que correspondem a reembolso de gastos no exercício da função, ficarão fora do teto: diárias, auxílio-alimentação, e auxílio-moradia, quando há comprovação de gasto com aluguel. Abono de permanência, férias e décimo terceiro também não entram na conta.
Mas se o auxílio-moradia for recebido sem a contrapartida da comprovação, caso de pagamentos feitos a magistrados, ele será contabilizado no teto. O mesmo com horas-extras, cargos em comissão e outras verbas. E quem é servidor e recebe pensão governamental ou aposentadoria do governo não vai poder receber mais do que o salário do STF somados os dois salários.
"O teto é um limite remuneratório limitado ao salário de ministro do Supremo Tribunal Federal por cidadão brasileiro. É isso."
Uma inovação no parecer de Ricardo Barros foi a inclusão no teto do salário de dirigentes de entidades privadas custeadas por recursos públicos, caso de organizações não-governamentais.
O deputado Arnaldo Faria de Sá, do PTB de São Paulo, criticou a proposta. Segundo ele, várias categorias serão prejudicadas por ela.
"A proposta inicialmente pode até ser boa, mas embutida nela tem muitas coisas complicadas. E na verdade você querer resolver a questão do teto numa canetada, não é assim que se resolve não, são detalhes que se precisa tomar cuidado."
O deputado Caio Nárcio, do PSDB de Minas, no entanto, disse que o debate sobre o teto do funcionalismo é fundamental para o Brasil.
"é necessário conter os exageros, não cometer equívocos, para que a gente não possa estar inviabilizando muitas vezes a atuação dos profissionais, e por outro lado, também não criar supersalários que alimentam uma sociedade desigual e que quebra um Brasil que precisa se ajustar."
Os deputados também aprovaram, em primeiro turno, a proposta de emenda à Constituição que inclui expressamente o Tribunal Superior do Trabalho como órgão do Judiciário e exige dos ministros reputação ilibada e notável saber jurídico. A proposta precisa ser confirmada em uma nova votação.
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