Dilma Rousseff recomenda plebiscito para reforma política
Presidente afastada atribui à multiplicação de partidos a dificuldade em conseguir governabilidade
A presidente da República afastada, Dilma Rousseff, admitiu aos senadores que não teria governabilidade caso volte a comandar o governo, mas acredita que esse seria o caminho natural para preservar a democracia. Ela diz que, por isso, aceitou recomendar um plebiscito sobre a reforma política e discutir a antecipação das próximas eleições. “O que ocorre é que o governo que está agora no poder não teve seu programa aprovado pela população. Ninguém disse que iria acabar com programas, como Pronatec e Ciência Sem Fronteira; a população escolheu o contrário, porque dissemos que daríamos continuidade desses programas”, disse. Dilma Rousseff atribui à multiplicação de partidos a dificuldade em conseguir governabilidade. Ela frisou que era possível discutir a maioria de votos no governo Fernando Henrique Cardoso com apenas três partidos, que se tornaram 11 no governo Lula, e chegaram a 20 partidos em seu governo. “Isso para conseguir a maioria absoluta. Por isso o pacto de governabilidade foi rompido, e eu decidi apoiar a convocação de um plebiscito para a reforma”, afirmou. O senador Eduardo Amorim (PSC-SE) questionou a presidente afastada se a falta de diálogo de seu governo com os parlamentares também não seria responsável pela perda de governabilidade. Dilma disse que se tornou muito difícil falar com os partidos de forma tão segmentada, porque, segundo ela, não havia líderes que comandassem os partidos em uma negociação, e mesmo os maiores partidos se dividiram em interesses regionais e setoriais. “E mesmo que tenha havido falta de diálogo, isso não é crime de responsabilidade”, concluiu. Contas
O senador Acir Gurgacz (PDT-PR), que foi o relator das contas da presidente Dilma em 2014, disse que os fundamentos das análises do Tribunal de Constas da União (TCU) são similares aos que estão sendo usados pela acusação. Em seu parecer, o senador diz que as “pedaladas fiscais” foram irregularidades, mas acredita que não justificam a reprovação das contas e nem são crimes de responsabilidade.
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Reportagem - Marcello LarcherEdição - Luciana Cesar
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